• Operacionalização do conceito de classe social em estudos epidemiológicos Artigos Originais

    Lombardi, Cintia; Bronfman, Mario; Facchini, Luiz A.; Victora, Cesar G.; Barros, Fernando C.; Béria, Jorge U.; Teixeira, Ana M.B.

    Resumo em Português:

    Procura-se demonstrar que é possível operacionalizar o conceito de classe social de forma a utilizá-lo em estudos epidemiológicos. Foi adaptado às características da formação social de Pelotas, RS (Brasil), modelo de classificação desenvolvido para o México e comparado com o desenvolvido para Ribeirão Preto, SP (Brasil). Mediu-se o poder discriminatório das duas classificações em termos do processo saúde-doença, tendo como variável dependente o crescimento de 5.384 crianças nascidas em 1982. As duas classificações estão associadas com diferenças significativas (P<0,001) no crescimento infantil, mas o modelo do México mostra melhor poder discriminatório do que a classificação de Ribeirão Preto. Quando ambas foram incluídas em uma análise multivariada do peso e da altura das crianças, o efeito do modelo do México foi altamente significativo (P<0,001), ao contrário do efeito da classificação, modelo Ribeirão Preto.

    Resumo em Inglês:

    The development of an operational classification of the Marxist concept of social class that could be used in epidemiological studies is attempted. Although such a classification will necessarily be restricted to the economic dimension of the concept, and leave aside its ideological and legal-political components, it is believed that it may lead to a better understanding of the distribution of ill-health in a given population. Two classifications are described - that developed in Ribeirão Preto, S. Paulo (Brazil), and a new classification based on work done in Mexico. These are compared in terms of how closely associated they are with the patterns of growth of 5,384 young children in the city of Pelotas in Southern Brazil. It is concluded that the proposed classification has greater power of discrimination in terms of child growth than that previously proposed.
  • Estudo das condições de saúde das crianças do Município de São Paulo, SP (Brasil), 1984/1985: X - Consumo Alimentar Artigos Originais

    Szarfarc, Sophia Cornbluth; Monteiro, Carlos Augusto; Meyer, Mauricio; Tudisco, Eliete Salomon; Reis, Isildinha Marques dos

    Resumo em Português:

    Como parte de amplo estudo epidemiológico sobre condições de saúde na infância, uma amostra probabilística de menores de cinco anos residentes no Município de São Paulo (n = 305) foi estudada com relação à adequação nutricional de suas dietas. Através do inquérito recordatorio do consumo alimentar nas últimas 24 horas evidenciou-se que: a) a partir de um ano de idade, as dietas tornam-se insuficientes para cobrir as necessidades energéticas de grande parte da população; b) em todas as idades, mas particularmente nos primeiros dois anos de vida, o aporte dietético de ferro está muito abaixo das quantidades recomendadas para o consumo do nutriente; c) em todas as idades, o aporte de proteína e de vitamina A alcança valores satisfatórios. Tais achados mostraram-se compatíveis com a avaliação clínico-laboratorial do estado nutricional realizada simultaneamente ao inquérito alimentar. A estratificação social da amostra revelou que o nível sócio-econômico familiar influencia fortemente o consumo energético e, de forma menos intensa, o consumo de ferro. Na discussão dos prováveis fatores responsáveis pelos déficits dietéticos encontrados, hipóteses distintas são aventadas para o déficit energético e para o déficit de ferro. No caso do déficit energético, a origem básica do problema pareceria residir no baixo poder aquisitivo da população que condiciona insuficiente disponibilidade de alimentos e ingestão quantitativamente deficiente. No caso do déficit de ferro, a mesma hipótese valeria inteiramente apenas a partir da idade de dois anos. Antes desta idade, fatores relacionados ao desmame precoce e ao atraso na introdução de alimentos ricos em ferro aparentemente seriam mais importantes.

    Resumo em Inglês:

    As part of a broad epidemiological survey of the health conditions of under-fives, a random sample (n = 305) of children living in S. Paulo city (Brazil) was submitted to a 24-hour dietary recall. The main results were: a) from one year of age, food intake is not sufficiente to cover the energy requirements of a great part of the population; b) among all ages, but particularly in the two first years of life, dietary provision of iron is very far from the recommended requirements; c) at all ages, protein and vitamin A intakes are reasonably good. Those findings are consistent with the clinical and biochemical evaluation of nutritional status, conducted simultaneously by the survey. The social stratification of the families revealed that socioeconomic status exerts greater influence in the energy intake than in the iron intake. Different hypothesis were raised to explain the energy and iron deficiencies. In the case of energy, the basic cause seems to be the low purchasing power of the population which determines poor food availability and insufficient intake. In the case of iron, the same hypothesis seems to be applicable only after two years of age. Before this age, factors related to precocious weaning and to delay in the introduction of good sources of iron are apparently more important.
  • Dados biométricos em esquistossomóticos adultos, Bahia (Brasil) Artigos Originais

    Tavares-Neto, José; Forleo-Neto, Eduardo; Wilhelms-Neto, Ernesto; Prata, Aluízio

    Resumo em Português:

    De dezessete indivíduos esquistossomóticos, hepatosplênicos, pareados com outros dezessete controles, hepatointestinais, da mesma região, foram aferidas 17 medidas antropométricas. Todas as pessoas tinham de 21 a 50 anos de idade. Esta e outros critérios foram previamente estabelecidos como fatores de pareamente, de inclusão e exclusão no estudo. Porém, não se observou diferenças estatísticas entre as médias dos dois grupos de pacientes.

    Resumo em Inglês:

    Seventeen antropometric measurements were evaluated from seventeen hepatosplenic schistossomotic individuals paired with seventeen control hepato-intestinal schistosomotic patients. All of them were from the same region, and all of them belonged to an age group ranging from 21 to 50 years. Age and other criteria were previously established, such as pairing factors, to determine inclusion in or exclusion, from the study. However, statistical differences were not observed between the averages of the two groups of patients.
Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo São Paulo - SP - Brazil
E-mail: revsp@org.usp.br